sexta-feira, 31 de julho de 2009

A grande espiral...



Ao expandirmos a consciência ampliaremos nosso espaço vital e maiores serão a determinação e o livre-arbítrio, não mais limitados pelo peso do fardo que carregamos, que está preso a conceitos e aspectos equivocados que agregamos desde a infância e que terão sido definitivamente identificados e dissolvidos. Estaremos prontos então para assimilar as experiências de forma precisa, real, de acordo com a verdade, efetivamente capazes de perceber além da matéria, determinando, enfim, a vibração de nosso amor.
A qualidade e a profundidade de nossa vida dependem disso. Nossas escolhas, sentimentos e relacionamentos estarão finalmente à altura do ser espiritual que somos.

O autoconhecimento -tão amplamente contemplado e divulgado no STUM-, é o pré-requisito do amor, da espiritualidade; ele nos permite limar e lapidar os traços ainda grosseiros inerentes ao nosso caráter, à nossa personalidade, nos deixando totalmente habilitados a assumir o leme de nosso barco de forma segura e liberta de nocivos condicionamentos externos.

Não estamos mais andando somente em círculos.
Uma imagem simples me veio à mente, uma espiral. Podemos imaginar que, ao nascer, somos o pequeno ponto no centro dela. A vida começa timidamente, o pequeno eu, caprichoso e egoísta, domina a cena. Somos limitados pelas circunstâncias próprias da pequena idade, ao número restrito de referências, à incipiente capacidade de aprendizado, mas nosso potencial é imenso, infinito, e nos leva ao movimento de expansão, fazendo com que passemos uma, duas, inúmeras vezes por situações que pontualmente se repetem.
É conveniente talvez fazer aqui o exemplo dos relacionamentos, pois somos seres inapropriados quando nos isolamos, quando fugimos ao contato, cada vez mais necessário e próximo, com as pessoas que nos cercam. Seja em nosso lar, no trabalho, ou em qualquer outro ambiente.
Creio seja pela troca constante que nosso desenvolvimento se processa mais profunda e rapidamente. Antes distante, seletivo e inseguro, o ser humano começa a fazer suas investidas interpessoais, de início guiado pelos conceitos, geralmente castradores, herdados de seus pais. Os resultados serão de acordo com a habilidade da alma de se desvencilhar dos valores obsoletos e de finalmente se orientar pela bússola interna, descobrindo um dia a beleza real, a que permeia tudo que há ao seu redor. Aprimorando-se a cada abraço, a cada toque, a cada carinho dado e recebido, capacitando-se a cada passo a se tornar um cidadão -ou cidadã- do Universo, ciente de sua natureza divina e sustentado pelas imutáveis leis naturais.

Desta forma, a espiral se abrirá cada vez mais, incorporando outros instrumentos, outras vibrações, aperfeiçoadas e calibradas pela dedicação e o cuidado na sua utilização.
E os relacionamentos se tornarão ainda mais completos, autênticos, íntimos; deslocando do pequeno e inconstante eu o comando do barco, entregue agora à suave direção de nossa verdadeira essência, que mais e mais vive em contato com A Fonte, navegando consciente nas águas plácidas da paz, da serenidade e do Amor Incondicional.
Até que um dia a espiral se encontrará tão aberta, tão expandida que se confundirá, se abraçará com o infinito sem começo e sem fim e nele novamente nos dissolveremos, retornando à Fonte, trazendo da viagem uma preciosa bagagem de memória e energia que serão incorporadas ao Todo, acrescentando algo útil à sua permanente expansão. A seguir, estaremos prontos a partir para outras passagens pela matéria, muito mais despertos, conscientes e amorosos.

Que nossas espirais se abram e se cruzem com muitas outras em sinergia e sintonia, auxiliando a edificar um mundo cada vez melhor, numa imensa celebração de felicidade. Que nossa percepção também se refine e se propague! Que possamos nos tornar assim pontos de Luz, suaves, mas determinados a expandir as consciências de nossos irmãos e irmãs numa poderosa explosão de Luz e Amor Incondicional.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

QUIETUDE MENTAL

Nossa mente está em constante tagarelice e se não tomarmos as devidas providências, ela simplesmente toma conta da nossa vida. É através das palavras, acumuladas no decorrer de várias existências, que nossa mente vai se formando.
O silêncio, ao contrário, está constantemente à nossa disposição, sempre que precisamos entrar em contato com nosso Eu Interior. Você já reparou, como necessitamos do silêncio? Ou ainda, como é importante esse contato interno, onde também, temos a oportunidade de aprender, várias coisas, a nosso respeito!

Algumas vezes, nossa mente está tão agitada, com vários pensamentos contraditórios ou distorcida da própria realidade que podemos ter a impressão que nossa cabeça vai explodir a qualquer momento. Hoje em dia, somos constantemente bombardeados por uma série de informações que estão sempre à nossa disposição. Por isso, é de suma importância tirarmos uma folga mental, procurando usufruir do silêncio, como o próprio ar que respiramos. O silêncio interior torna-se imprescindível, principalmente, quando necessitamos recuperar essa paz mental, deixando nossa mente aberta para o fluxo de coisas novas e de tudo aquilo que podemos pensar como sendo uma graça ou uma bênção divina.

Estar em silêncio traduz-se no estado da mente livre de pensamentos e no qual existe uma profunda imobilidade, onde nenhum movimento na superfície pode penetrar ou alterar. Isto se adquire com maior facilidade quando aprendemos a treinar nossa mente, principalmente, através da prática da meditação.

Quando meditamos, observamos o total silêncio que vai se aprofundando, à medida, que vamos nos conhecendo. Se você encontrar dificuldades em entrar em contato com o seu silêncio interior, é mais fácil, em primeiro lugar, concentrar a atenção no movimento da respiração, expirando e inspirando o ar lentamente. Tomar consciência da nossa respiração, bem como do silêncio que emana desse ato, é algo que, aos poucos, vai transformando nossa vida, tornando-nos mais seguros e autoconfiantes.

É importante praticarmos a arte da observação dos nossos processos e diálogos internos. Observar sem se identificar com aquilo que observamos, como se tivéssemos a capacidade de sair de nós mesmos, indo de encontro a um segundo “eu”, como se fôssemos uma testemunha. É dessa forma que a velocidade de processamento vai diminuindo e os pensamentos vão cessando aos poucos. E assim, nossa mente vai aprendendo a ficar em silêncio. Somente conseguiremos alcançar esse objetivo, através, da prática sistemática e persistente da observação consciente de nós mesmos. Buda, com sua sabedoria universal já aconselhava seus seguidores: “quando vocês estiverem reunidos deveriam fazer uma de duas coisas: discutir o Dhamma ou observar o nobre silêncio”.

Se, por exemplo, nos encontramos diante da televisão, tendo muitas vezes, que “engolir” notícias que nos parecem desagradáveis, podemos escolher entre mudar o canal, desligar a TV ou, simplesmente não assisti-la. Em muitas ocasiões, tenho procurado silenciar minha mente, pois penso que esta é uma das muitas formas de estarmos inseridos no mundo, sem sermos dominados por ele. É como se interagíssemos com o “todo universal” , nos presenteando com esse encontro pessoal, junto à nossa mais pura essência.

Os pensamentos podem ir e vir, movendo-se livremente, porém, eu não me apego a eles, simplesmente os solto, observando-os, distanciadamente. Uma mente que tenha alcançado essa calma interna pode começar a atuar de forma poderosa, dando forma mental ao que recebe do Alto sem se prender a nada, sem produzir nada em si mesma, com serenidade e imparcialidade, trazendo para sua vida o poder e a luz de sua força interior que, com certeza, irá repercutir em tudo que a cerca.